Em junho do ano passado eu e Marco realizamos mais um dos vários sonhos em comum, conhecer a última fronteira da América do Sul , a Ilha de Páscoa, umbigo do mundo, terra dos Rapa Nui , apesar de raízes polinésias, é o ponto mais distante entre os continentes, vale voar 08 horas sobre o pacífico - 3.500 quilômetros da costa chilena para conhecer mais um lugar fantástico desse mundão de meu Deus.
![]() |
Ahu Tongariki - pic by Marco Sobral |
A história do povo Rapa Nui é controversa em vários aspectos, mas se pode notar que, em microescala, é o espelho da sociedade em todas as fases - apogeu; destruição e reconstrução! Logo nos primeiros dias, sugiro visitar o museu da cidade (www.museorapanui.cl) para se familiarizar e conhecer um pouco mais da cultura rapa nui, assim os passeios aos Moais serão mais proveitosos.
Hanga Roa - pic by me |
![]() |
mapa da cidade Hanga Hoa |
Salvo o aluguel de carro, na ilha tudo é caríssimo, não levei isso em consideração e pensei que se fizesse o esquema café da manhã e jantar estaria tudo certo, acontece que para 7 dias na ilha, gastar aproximadamente 150 dólares por dia ( casal) ficaria pesado. Sorte que conhecemos uma galera muito legal no hostel e acabamos compartilhando comidinhas no jantar, o que nos ajudou a não voltarmos totalmente quebrados. Portanto, faça como todos os nossos amigos fizeram: leve comidas industrializadas daqui do Brasil, sendo empacotadas direitinho e não havendo sementes, não terá problema na alfândega de Santiago. Praticamente todas as pousadas da ilha oferecem a cozinha para uso de seus hóspedes. A água é potável, e se quiser beber água mineral prepare-se para gastar uma fortuna! Leve uns comprimidinhos Clorin para purificar a água, sai mais em conta.
Sugiro também pegar o mapa da ilha no aeroporto, nele poderá ver a direção de todos os sítios arqueológicos, escolher quais visitar e decidir se contratar uma operadora de turismo, um guia ou fazer tudo por conta própria – nós conseguimos conhecer tudo, curtindo sem correria, em cinco dias.Ainda no desembarque, comprar o ingresso do Parque Nacional Rapa Nui National Park - 60 dólares - dá direito a visitar os 25 sítios turísticos da ilha - além de contribuir com a conservação – www.conaf.cl
Se tiver apenas de três a cinco dias na ilha, alugue um carro - Jimny da Suzuki! Basicamente, a ilha só tem duas estradas, é muito difícil se perder, salvo alguns trechos de terra, as rodovias são bem pavimentadas e sinalizadas. Alugamos na Oceanic Rent a Car e na Insular rent a Car – ambas aceitam cartões de crédito e possuem carros novos, pagamos aproximadamente 70 mil pesos para dois dias, o carro é entregue com 1/4 de tanque e deve ser devolvido desta maneira. Só há um posto de gasolina na cidade e que não aceita cartão . Não esqueça de agendar o aluguel um dia antes da data pois é comum esgotarem todos os veículos depois das 9 da matina. Uma boa opção é passear de bicicleta, mas apenas se tiver tempo , pq. as distâncias são grandes. Alugar um quadriciclo também é bem legal!
![]() |
Pic by Marco Sobral |
![]() |
Pic by Marco Sobral |
Além da liberdade de parar onde quiser, o carro possibilita conhecer quase toda na ilha, com tudo muito bem sinalizado e com o mapa na mão é quase impossível de perder a entrada para os sítios arqueológicos Rano Raraku, Ahu Te Pito Kura (o umbigo do mundo), Ahu Tongariki, e outros Ahus importantes, bem como para as praias de Anakena ( não deixe de comer a empanada no quiosque mais próximo do mar) e para praia Ovahe ( outro nascer do sol inesquecível).
Eu e Marco não gostamos muito de ficar na mão de agências de turismo, como conhecemos uma galera legal no hostel, alugamos um carro e saímos rodando a ilha, mapa na mão, história na cabeça e muita aventura pela frente.
Ficamos 07 dias na ilha, sendo que 05 deles full time para conhecer devagar e sem correria um dos meus sonhados destinos. Conheço gente o fez em menos tempo ( 4 dias) - depende do roteiro.
Hospedagem : Vaianny residencial(www.residencialvaianny.com) , a pousada é simples, mas gostei por dois motivos : limpeza e disponiblização da cozinha e área de lazer o que nos possibilitou interagir e conhecer muita gente legal. Além dela uma amiga indicou a pousada Aukara, novinha, ambas estão no www.booking.com , ressaltando que salvo os chiques resorts, todas as pousadas de lá sáo bem simples, mas com preço mais em conta para os mochileliros de plantão.
![]() |
Abaixo deixo a descrição do nosso roteiro - daquilo que me lembro, pq. foram tantas emoções!
![]() |
Ahu Tongariki - pic by Marco Sobral |
Como o clima lá é imprevisível e a incidência de chuva é grande, ressalto que é sempre bom adequar os horários às condições do tempo, sugiro curtir o nascer/morrer do sol nos sítios arqueológicos mais bonitos, como no Tongariki , nas praias e na parte costeira de Hanga Hoa, dava para ir a pé, e era onde contemplávamos o belo visual do pacífico acompanhado de vários Ahus, como o Ahu Tepeu, Hanga Kio, Ahu Akivi - overdose de Moais!
Primeiro dia: Chegada e reconhecimento de área –pôr do sol no Ahu Tahai - 20 minutinhos de caminhada do centrinho de Hanga Roa - sol morre aproximadamente às 20:30 hrs.
Segundo dia:Rota dos Moais - Praia Anakena - Acordamos cedo e fomos ver o sol nascer no Tongariki - sequência de quinze moais de costas para a Praia Hotu'iti - um dos cartões-postais mais famosos da ilha e declarada o maior monumento de todo o Pacífico Sul, depois visitamos o Rano Raraku - a fábrica de vulcões onde foram talhadas aproximadamente 900 estátuas - 397 delas ainda lá, além disso , na Raraku fica o maior Moai da ilha - ainda preso na pedra e com 15 metros de altura. Depois do Rano Raraku, seguimos a estrada em direção ao Ahu Te Pito Kura e ao vizinho “Umbigo do Mundo” (pedra redonda para se energizar – fazer a brincadeira da bússola, sério ela perde o norte).
![]() |
Rano Raraku - pic by Marco Sobral |
![]() |
pic by Marco Sobral |
![]() |
Umbigo do Mundo - pic by Marco Sobral |
Por fim, fomos até a Praia de Anakena – a mais polinésia da ilha e a única com faixa de areia, conhecemos as plataformas de moais Ahu Nau Nau e Ahu Ature Huki e o por-do-sol na praia – dica: não deixar de comer a empanada no quiosque mais próximo do mar.
![]() |
Praia de Anakena |
![]() |
Praia de Anakena |
![]() |
Empanada - quiosque de Anakena |
![]() |
Praia de Anakena - pic by Marco Sobral |
![]() |
Pic by Marco Sobral |
![]() |
Pic by Marco Sobral |
![]() |
Pic by Marco Sobral |
![]() |
Pic by Marco Sobral |
![]() |
Pic by Marco Sobral |
![]() |
Caverna Anakai Tanganata |
![]() |
Mirante perto da caverna Anakai - pic by Marco Sobral |
Do alto do extinto vulcão Rano Kau se tem uma vista panorâmica de toda a ilha e de sua costa. O segundo mirante garante uma espetacular visão da cratera e sua lagoa, depois continuard e carro ou a pé em direção ao povoado de Orongo onde eram realizadas a cerimônia e competição do “Homem Pássaro” (Tangata Manu – que seria o rei a governar a ilha no próximo ano) – lindo o visual, lá visitamos também o Ahu Vinapu, o vilarejo lembra muito as construções dos povos pré-incas ( tihuanaco) – tem um centro de visitantes bem interativo e educativo.
![]() |
Pic by Marco Sobral |
Parece rápido, mas cada lugar acima merece ser contemplado e explorado – gastando-se um dia inteiro , após , volte para cidade, tome um banho e vá jantar com os amigos, seja na pousada ou em algum restaurante legal, gostamos muito do Restaurante Haka Honu, linda vista e comida maravilhosa – destaque para a Pina Colada, o Ceviche e o Hano burger.
No quinto dia, juntamente com o guia Kako ( carrinha rapa nui que fala português – perguntar por ele no Ballet Cultural Kari Kari ), fizemos a trilha do vulcão Poike e a Caverna das Virgens nestes passeios recomendo o guia para poupar tempo em caso de se perder nas trilhas. Visitamos também o restante dos sítios arqueológicos – como o Ahu Akivi, plataforma com 7 moais restaurados em 1960, únicas estátuas da ilha que estão olhando para o mar, diferentemente das outras estátuas que estão olhando para a ilha; a caverna de Ana Tepahu, com galerias vulcânicas e o canteiro Puna Pau, onde foram talhados os “pukau”- fábrica dos chapéus dos moais e revisitamos o Rano Raraku.
![]() |
Trilha do Vulcão Poike - pic by Marco Sobral |
![]() |
Trilha para Caverna das Virgens - pic by Marco Sobral |
![]() |
Caverna Ana Tepahu - pic by Marco Sobral |
![]() |
Caverna Ana Tepahu - pic by Marco Sobral |
![]() |
Caverna Ana Kakenga - duas ventanas |
No sexto dia, fomos ao sol nascer na praia de Ovahe, brincamos de triciclo e repetimos os passeios que mais gostamos.
![]() |
Praia de Ovahe |
Sétimo dia – fiz minha tatoo rapa nui e pegamos o avião para Santiago.
Coisas para se fazer pé na cidade(sempre fazíamos no final da tarde/noite, após a visita aos Moais) :
Carimbar o passaporte nos Correios- selinho dos Moias – perto do Santander;
Conversar, trocar idéia com os locais, aprendemos várias coisas sobre as tradições Rapa Nui;
Conversar, trocar idéia com os locais, aprendemos várias coisas sobre as tradições Rapa Nui;
Além dos restaurantes e bares, o Museu Antropológico Padre Sebastián Englert é interessantíssimo, como falei acima, visitar logo nos primeiros dias, ele reúne peças arqueológicas e elementos de diversas fases da existência da ilha, incluindo uma estátua de moai mulher – ingresso 1000 pesos chilenos;
Cemitério: bem bonitinho;
A Igrejinha da cidade também é interessante;
Por do sol no Aku Tahai: Vá caminhando do centro de Hanga Roa até lá, às 21 horas.
De carro ou bike: Estação da Nasa ( hoje desativada): por muito tempo a Nasa manteve uma estação na Ilha de Páscoa para controle espacial; curiosidade – a enorme pista de pouso do aeroporto foi feita para pousos emergenciais de naves espaciais.
Contemplação: Mirantes nos penhascos, observar o mar, observar o céu: O número de estrelas é impressionante e inesquecível.
O melhor supermercado, tem o nome Supermercado, e fica na rua principal e aceita todos os cartões e também vende cervejas, piscos e vinhos . Do lado tem a farmácia Cruz Verde.
Não deu tempo de subir o vulcão Terevaka, o mais alto, ir com guia.; gostaríamos de ter feito a cavalgada e o mergulho, mas não deu – fica para a próxima!
Observações gerais: A moeda é o peso chileno, vide cotação ( aproximadamente R$1 = 2,500 pesos - http://www.oanda.com/lang/pt/); não precisa de visto/vacinas, fazer o câmbio no aeroporto de Santiago – mais barato, se precisar, tem câmbio no Santander em Hanga Hoa e caixas eletrônicos nas farmácias e aeroporto; achei os Rapa Nui meio rudes, o povo chileno que lá vive é bem mais simpático; para todos os Rapa Nui os altares dos Moais são territórios sagrados, por isso respeitem, nãos subam nas plataformas dos moais, não joguem lixo, volta e meia víamos um Rapa Nui dando esporro nos turistas mal-educados.